segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Hospital Cova da Beira

Hospital da Covilhã vai entregar fatura com custo de cada urgência para informar utentes

O Hospital da Covilhã prevê entregar, a partir de sexta-feira, uma fatura informativa a todos os utentes do serviço de urgência, anunciou, esta segunda-feira, a administração.

Nada muda nas taxas moderadoras, mas cada pessoa passa a ser informada de quanto custou tratá-la, explicou o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB), Miguel Castelo Branco, em conferência de imprensa.

Num exemplo de fatura entregue aos jornalistas, é descriminado o custo unitário dos tratamentos e apresentada a despesa total da unidade de saúde, de acordo com uma tabela nacional do Serviço Nacional de Saúde.

Ao lado, surge o valor suportado pelo utente com as taxas moderadoras, quando as paga, ressalvou Miguel Castelo Branco, recordando que mais de metade dos utentes do CHCB estão isentos.

A fatura informativa, que não traz qualquer pagamento acrescido, já é entregue noutros hospitais do país e "visa a consciencialização do utente", realçou o presidente do conselho de administração.

Para o responsável, "é importante que as pessoas tenham conhecimento da realidade", para saberem para onde vai o dinheiro dos impostos e para saberem que mesmo as taxas moderadores só cobrem "uma pequena parte dos gastos" em saúde.

Miguel Castelo Branco acredita que a medida vai ajudar a que os hospitais não sejam vistos como "um supermercado em que as pessoas chegam a uma prateleira e tiram um exame e vão a outra tirar outro exame", como se não houvesse despesas.

A despesa não pode limitar os cuidados necessários "de acordo com a informação médica", sublinhou, mas "tem que haver racionalidade clínica" com informação transparente para todos.

A entrega da fatura informativa está dependente de ajustes no sistema informático do CHCB para que comece a funcionar.

Depois da urgência, será progressivamente aplicada na consulta externa, meios complementares de diagnóstico e, mais tarde, ao internamento.

No final de 2012, o CHCB acumulava 300 mil euros de taxas moderadoras em dívida, um valor superior ao de 2011, referiu Miguel Castelo Branco, apesar de a taxa de cobrança ter aumentado no último ano.

Fonte: Jornal de Notícias
 

Penso eu de que:
Disse o Dr. Miguel Castelo Branco, que metade dos utentes que frequentam o Hospital, estão isentos de taxas moderadoras?

Dizemos nós que isto talvez se deva à boa vivencia e aos magníficos ordenados, que se praticam por estas paragens…
Os grandes ordenados deste operariado fabril, quer se encontrem na reforma ou a trabalhar, situam-se mesmo ali, juntinho ao limiar da pobreza.
QUE TRISTEZA!!!
Penso ainda que: Quem está isento de pagamento, é porque não pode pagar!
Porque precisa de ver fatura?
Será só para assustar?
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 Hoje mesmo a Lusa, publicava a seguinte notícia:
Aumento de taxas moderadoras deixa milhares de fora
O presidente do Conselho de Administração do Hospital de Cascais, Adalberto Campos Fernandes, avisou hoje que o último aumento das taxas moderadoras "empurrou para fora do sistema de saúde" dezenas ou centenas de milhares de pessoas.
"Estamos no limite de segurança crítico de introdução de barreiras económicas ao acesso [à saúde]", afirmou Adalberto Campos Fernandes, ao comentar a proposta do FMI para aumento das taxas moderadoras, durante um debate hoje em Lisboa sobre a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Para o especialista em economia de saúde, a proposta do FMI transforma as taxas moderadoras em copagamentos, considerando uma ideia descabida e própria de quem desconhece a realidade portuguesa.
"É de quem está a 10 mil quilómetros daqui, e não faz a mínima ideia do que está a dizer", comentou. "O último aumento de taxas moderadoras [registado há um ano] empurrou para fora do sistema de saúde dezenas ou centenas de milhares de pessoas", frisou.
Por isso mesmo, e devido ao contexto de crise, o administrador do Hospital de Cascais diz que deveria haver "uma caracterização epidemiológica da pobreza", na mesma linha do defendido pelo professor da Escola de Saúde Pública Constantino Sakellarides, que advogou a criação de um sistema público de monitorização dos impactos da crise na saúde.
Adalberto Campos Fernandes lamentou ainda que os decisores políticos andem a fugir da questão dos subsistemas de saúde, como a ADSE, que já vêm identificados como um problema a resolver no primeiro memorando da "troika".
"Não percebo como somos tão seguidores dos dispositivos do memorando, mas desde maio de 2011 que o documento indica que os subsistemas são um problema. Andamos há um ano e meio a fugir desta questão como diabo da cruz", comentou.
Para contribuir para a sustentabilidade do SNS, o responsável do Hospital de Cascais defendeu ainda que a reforma hospitalar deve avançar como um "imperativo cívico".
Para Adalberto Campos Fernandes, não avançar com a reforma hospitalar custa muito mais ao país do que um ano inteiro sem que os hospitais cumpram a lei dos compromissos.
Esta lei impede os serviços do Estado de assumir despesa que não tenha cabimento nos três meses seguintes, mas, no caso da saúde, tem suscitado polémica por dificuldades de aplicação e cumprimento por parte dos hospitais.
O presidente da Administração Central do Sistema de Saúde reconheceu hoje, durante o debate, que esta lei foi implementada "num contexto nacional desadequado", e defendeu igualmente a importância de avançar com a reforma hospitalar.
"Se existe redundância de serviços [ao nível dos hospitais], há possibilidade de fazer melhor com menos", comentou João Carvalho das Neves, admitindo que é preciso que a reforma hospitalar avance mais depressa do que tem vindo a acontecer.
Fonte: Lusa

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